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‘Como os sonhos são feitos’, na Maison Valentino

12 de julho de 2017

No último dia 05 de julho ocorreu o desfile de Alta Costura 18 da Maison Valentino. E se você algum dia quis racionalizar a existência da alta costura, você deveria passar algum tempo com Pierpaolo Piccioli. 

 

Formado pelo IED Roma, Pierpaolo conheceu Maria Grazia através de um amigo em comum no início dos anos 80. Em 1999 entraram na Valentino como designers de acessórios e quando o fundador da marca se aposentou em 2008, assumiram a direção criativa. Em 2015, venceram o prêmio de designers no CFDA e um ano depois, Maria migrou para a Dior e Pierpaolo seguiu agregando à marca, equilibrando passado, presente e futuro.

 

 

O designer mencionou Shakespeare – “somos feitos da mesma matéria que os sonhos…” – quando estava falando sobre sua nova coleção para Valentino. O personagem que diz tal frase é Prospero, um mágico.

Daí em diante bastou um salto para lançar Piccioli como mago feiticeiro de tecidos.

Ele também mencionou Flaubert: “O propósito da arte é confeccionar sonhos”.

A fé de Piccioli nos sonhos é como uma avenida para o coração de uma alma ardente. E na intemporalidade dos sonhos é que ele encontra a alma da couture.

“Eu não quero criar o modelo do momento”, disse ele durante o preview.

Embora ele tenha feito exatamente isso com as clássicas e graciosas roupas e vestidos. Piccioli baseou sua coleção na Mitologia Grega, nomeando os vestidos como seres míticos. Athena era um casaco dupla face em cashmere marfim com bordados tom-sur-tom que incluíam elementos tirados da simbologia dos sonhos. Ícaro apresentou asas cor-de-rosa, Eros era um espetacular vermelho. E um vestido composto de tranças de linha de chiffon e tule em 15 tons de amarelo foi nomeado Apollo, o Deus do Sol.

 

 

Havia a delicadeza requintada que se espera dos ateliês Valentino – um exemplo particularmente lindo era um vestido em brocado de pena clara bordado com as flores da pintura de Odilon Redon, o simbolista – mas, desta vez, havia algo menos frágil sobre a mulher de Piccioli. O bordado em um vestido chamado Leda sombreou do escuro para a luz de forma a refletir subliminarmente a violência de sua história.

Havia força mesmo, algo monumental, na graça dessa silhueta e a precisão do plissado que era um dos motivos da coleção. O cabelo e a maquiagem era minimalistas, os sapatos eram sandálias e o único acessório: um brinco.

“Eu não queria que vocês sentissem o esforço”, disse o Prospero da alta-costura.

“Essa é a única maneira de sentir a magia”.


Camilla Carvalho
É jornalista e especialista em redes sociais. Trabalha como produtora de conteúdo, é content hunter do IED São Paulo e fundadora do www.mademoiselleparis.com.br. Instagram: @mademoiselleparis

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