3 de março de 2016
Uma vivência educacional fora do país pode fazer a diferença, ainda mais em áreas disputadas e efervescentes como a Moda. Para a jovem e promissora estilista Mila Menezes, pelo menos, essa máxima passou a fazer todo sentido desde que embarcou para a Itália para cursar a graduação em Design de Moda no IED Milão.
De volta ao país, Mila acumulou experiências em ateliês importantes de São Paulo antes de apostar em sua própria marca, a Tanden, em parceria com o também estilista Carlos Cardoso. Ela comentou sua trajetória profissional até aqui, em entrevista para o IED São Paulo. Confira na íntegra:
IED São Paulo: Por que você decidiu fazer sua graduação em Design de Moda no IED em Milão?
Mila Menezes: Fui para a Itália com a intenção de fazer o One Year Course (formato de extensão exclusivo do Grupo IED). Eu já estava procurando um curso fora do Brasil e já tinha interesse por Milão, gostava da cultura italiana e achava que era uma ótima oportunidade de viver em um lugar que respira moda e estilos.
IED São Paulo: O que você achou de estudar no IED Milão?
M.M.: Uma das coisas muito boas é que os professores trabalham na área, não se limitam a ensinar. Então, por exemplo, a professora de modelagem fazia a produção para o Dolce & Gabbana. Todo mundo exercia algum papel importante em alguma marca ou oficina tradicional.
Tem outro aspecto que foi diferencial com relação ao que você encontra no Brasil. Lá, não são apenas os professores que fazem diferença. Os alunos também vêm de diversas partes do mundo, muitos de diferentes partes da Ásia, da Europa e da América, e trazem consigo diferentes referências, o que ajudam a criar um intercâmbio entre culturas. Como tem muito estrangeiro vivendo fora da sua casa, longe da sua zona de conforto, todo mundo se ajuda. Não há uma competição individual como as vezes é no brasil. Ninguém se vê como um concorrente direto, pois cada um vai voltar para seu país de origem ou se arriscar em diferentes partes do mundo.
IED São Paulo: Quanto essa experiência internacional te ajudou a olhar para o mercado de moda brasileiro e para sua própria carreira?
M.M.: Quando conclui o curso, eu pensei em ficar lá em Milão, especialmente depois de ter sido a única brasileira selecionada para fazer o desfile de formação final (APRITI). Porém, a Itália vivia uma forte crise econômica, e achei que seria muito difícil. Nesse momento, alguém sugeriu que eu conversasse com o (estilista) André Lima e então comecei a trabalhar lá junto do Carlos Cardoso, meu sócio atualmente na Tanden. Estuda três anos no IED me proporcionou um nível e visibilidade mais legais do que eu teria em outros lugares. Várias propostas interessantes de trabalho foram aparecendo normalmente.
IED São Paulo: O que você sugere para os jovens que estão buscando uma formação em design de moda?
M.M.: Vivência. Acho que é preciso buscar experiências independentemente da remuneração. Assim, você consegue um networking e aprende a ter know-how para uma série de coisas. Também é importante que, não apenas os jovens, mas todos que atuem no mercado de moda pesquisem referências, busquem novidades e agucem o olhar para o que é diferente. Designers japoneses, da Austrália, da África, e da América Latina mesmo, estão trazendo ideias, releituras e experiências novas, que não podem ser ignoradas.
IED São Paulo: Em entrevista publicada no site da Lilian Pacce, você menciona que a Tanden tem como foco o segmento de roupas para festa. Como vocês perceberam que esse era o nicho certo para apostar?
M.M.: Na verdade, a gente diz que é para momentos especiais, não necessariamente para uma festa e sim para um evento especial. A blusa mais básica pode ter um recorte diferente, um aro interno, alguns elementos que tornem a peça mais especial. Então abrange desde eventos mais despojados, até um casamento, um batizado, ou formatura e outros mais refinados. Eu e o Carlos já trabalhávamos com o desenvolvimento de roupas muito voltadas pra festas e vida noturna. Aí a gente já tinha esse know-how, então quando começamos a criar para nossa própria marca já sabíamos o que fazer.
IED São Paulo: Escolher um segmento e apostar nele é, ao seu ver, uma necessidade para quem quer criar sua própria marca?
M.M.: Para quem está criando uma marca, eu acho que a pessoa precisa curtir o segmento, seja masculino, feminino, sport wear, beach wear… Porque se ela fizer algo muito original, ela vai se destacar. Isso é fato. Por exemplo, quando a gente começou no André Lima, a gente acabou se destacando porque não tinham esses estilos de vestido quando a gente entrou. Então, o segredo é buscar a originalidade e apostar, acreditando de verdade. Muitas multimarcas não acreditavam na nossa proposta porque, no início, eles não sabiam se o público iria aceitar. Mas isso mudou e estamos obtendo um alcance cada vez maior.
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O IED São Paulo, além de fazer parte de uma rede internacional de ensino e prática de Design, possui cursos com módulo na Europa como a extensão One Year em Fashion Business Management.
Confira também no site outros formatos de cursos possíveis na área de Moda, como extensão de breve duração, extensão One Year e Pós-Graduação. Viva o design no IED e crie o futuro.
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