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Tramas de fios, redes de gente

27 de fevereiro de 2018

 

Aluna do Master Profissional em Design de Espaços – Metodologia MA.DE.IN cria técnica para produção de objetos a partir de cordas

Ao contrário da maioria dos materiais, cuja estrutura acompanha as transformações do seu tempo, as cordas permanecem inalteradas desde a Idade Média. Explorando a economia da linha em sua projeção no espaço, a corda é um material ao qual associamos sensações como transparência, afeto, vínculo, comunidade e proteção.

A trama das cordas encantou a aluna Patricia Lantelme, do Master Profissional em Design de Espaços – Metodologia MA.DE.IN. Investigando as propriedades da corda de polipropileno, plástico formado a partir da reciclagem de garrafas pet, a designer descobriu uma técnica para enrijecer a corda, tornando possível a produção de objetos como móveis, luminárias e esculturas diversas.

 

Da flexibilidade à rigidez, o calor

No Master Profissional em Design de Espaços, os alunos enfrentam o desafio de conceber um espaço a partir da pesquisa empírica de um único material. A escolha da corda representava um desafio: como trabalhar com um material tão flexível, atingindo a rigidez e a estabilidade necessárias para a construção de volumes?

Utilizando as ferramentas da metodologia MA.DE.IN, Patricia descobriu que o polipropileno pode ser moldado a altas temperaturas, entre 160º e 170º, tornando-se autoportante. Combinando a nova tecnologia ao trabalho manual do macramê, ela foi capaz de criar uma nova técnica construtiva.

“A exploração profunda do material experimentado através da metodologia MA.DE.IN transformou minha visão sobre a materialidade, e me possibilitou enxergar novas possibilidades no processo criativo. Quero aplicar este olhar não só na minha profissão, mas também nas experiências pessoais, saindo da zona de conforto para seguir caminhos mais inovadores” – explica Patrícia.

 

Criada durante o curso, a linha de luminárias abusa de referências da arquitetura biomórfica (a exemplo dos projetos de Frei Otto) e se inspira nas formas abstratas das esculturas de Ruth Asawa. A trama dos fios lembra as redes de pescadores, transmitindo leveza. A ambivalência dos objetos expressa-se por meio de um jogo de luz e sombra, e da relação inusitada entre rigidez e flexibilidade.

 

Tecendo relações

Agora, Patricia planeja tecer outras tramas, desta vez entre pessoas. Aplicando a abordagem do fair trade (comércio justo) ela quer ensinar a técnica para artesãs, entrelaçando sustentabilidade e transformação social através do design. Em parceria com a Rede Asta, o projeto promete criar uma rede de empoderamento de produtoras locais no Rio de Janeiro.

Para o trabalho de conclusão, os alunos deveriam desenvolver um projeto em escala 1:1 e um desdobramento em suas vidas pessoais e profissionais. A partir desta provocação, Patricia criou o projeto ‘nós’, uma rede colaborativa que visa criar oportunidades para produtoras artesãs melhorarem suas condições de vida.

O projeto se baseia nos princípios defendidos pelo comércio justo, como a remuneração justa e sem distinção de gênero. Mais do que ficar guardado na gaveta, os trabalhos de conclusão do Master Profissional em Design do Espaço devem ser projetos para a vida. É o que afirma a coordenadora do curso, Ayara Mendo:

“Desde o seu primeiro projeto, a Patricia conseguiu atingir justamente o que buscamos com a metodologia MA.DE.IN, que é o encantamento do aluno pelo material. A técnica que ela criou apresenta um benefício notável, pois não exige uma forma específica para o produto final, gerando inúmeras possibilidades criativas para as artesãs”- comenta Ayara.


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