“A história do festival surgiu quando eu comecei a perceber que todas as coisas perto da gente estavam ganhando inteligência. O processo de revolução constante sempre foi intrínseco à moda e a tecnologia chegou também com esse movimento”, conta a jornalista e colunista de moda Alexandra Farah, idealizadora do evento que está em sua terceira edição.
O tema central do projeto busca reunir pesquisadores de wearables – um “computador vestível” capaz de empoderar e gerar melhorias ao corpo humano através de tecnologia. Embora pareça coisa de filmes futuristas, este conceito já é empregado há tempos em dispositivos como o aparelho auditivo ou marca-passo.
“É preciso transformar os dados digitais em uma realidade física, porque a roupa só faz sentido no mundo físico. As informações virtuais, como conectividade, ouvir música, pegar a direção de algum lugar e milhões de coisas que ainda vão surgir, vão ser agregadas às roupas”, detalha a idealizadora, ressaltando as tecnologias que já existem, como calças térmicas ou modelos que reduzem celulite.
De acordo com Alexandra, uma das áreas em que os wearables podem atuar é na saúde. “Se uma pessoa tem dor nas costas, por exemplo, é possível utilizar uma camisa que tenha uma mecatrônica para corrigir a postura, evitando o uso em excesso de remédios”, ela diz, lembrando que esta biotecnologia será abordada em uma das palestras do evento.
O conceito do festival se amplia ainda para toda a tecnologia que impacta a moda, não apenas no produto final. É o caso das novas matérias-primas que estão sendo desenvolvidas em laboratórios, tais como tecidos biodegradáveis e seda com grafeno, refletindo em uma inovação responsável. “Hoje pensamos em uma moda mais fácil de ser feita e mais inteligente em todos os seus processos. Não existe glamour sendo uma das indústrias que mais suja o planeta”, comenta a jornalista.
O processo de produção das roupas também ganha uma metodologia alternativa com impressoras 3D ou até mesmo robôs que cortam, costuram e embalam. Alexandra acredita ainda que outra tendência é a customização em massa: “Se a pessoa é canhota, a tecnologia é aplicada do lado direito, ou pode escolher um tecido que é mais próprio da sua região, colocar a etiqueta com o nome do cliente, etc.”
Além disso, para a idealizadora do WeAR as escolas têm um papel crítico no aprendizado da moda. “Essa é uma das preocupações do festival, poder inovar e proporcionar aos estudantes um dia para se atualizar do que está sendo feito. Esse ano ampliamos as oficinas para podermos começar daqui de dentro do IED a capacitar as pessoas para saberem o básico, mesmo que seja colocar um LED na jaqueta”, conclui a idealizadora.
Confira a programação completa e inscreva-se aqui!
WEAR FESTIVAL 2017
Data: 9 de novembro
Hora: das 11h30 às 22h
Local: Pátio do IED SP
Endereço: Rua Maranhão, 617 – Higienópolis, São Paulo
Informações: www.wearbrasil.com/wear2017
Um patch que funciona como cartão de crédito foi o vencedor da Hackathon. A aluna de pós-graduação em Design de Interação, Adriana Camargo, fez parte da equipe de designers que levou o primeiro lugar
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No início do mês de Dezembro, o IED São Paulo sediou a Hackathon WeAr + C&A, uma maratona hacker de moda & design de wearables. Foram mais de 200 inscritos e 44 selecionados entre estudantes de moda, tecnologia e profissionais de áreas relacionadas.
Participaram da experiência duas alunas de pós-graduação do Istituto Europeo di Design: Adriana Camargo, aluna do curso de Design de Interação, e Gabriela Lopes, aluna de Fashion Marketing and Communication. As estudantes que trabalharam em equipes diversas, desenvolveram durante 30 horas um produto que unisse moda e tecnologia. Gabriela e sua equipe levaram o 3º lugar, já Adriana do time Freedon ficaram com a 1ª colocação.
O IED São Paulo entrevistou as estudantes sobre a oportunidade. Confira.
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IED SP: Qual foi o maior desafio da sua equipe na Hackathon?
Adriana Camargo: Elaborar o projeto com os recursos que estavam disponíveis, como não conhecia as demais participantes da minha equipe, formamos o grupo na hora e não havíamos ainda um projeto a ser seguido.
Gabriela Lopes: Nosso maior desafio foi adaptar um dispositivo que já estava pronto em um acessório de moda que ocultasse o formato original do alfabee (dispositivo).
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Durante o processo de desenvolvimento do patch (equipe Adriana Camargo)
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IED SP: Quais conceitos de wearable vocês conseguirão aplicar no mercado de trabalho?
A.C.: Alinhar o lado fashion à tecnologia me parece um desafio a ser explorado, pois é um conceito novo e esta foi a razão da minha participação.
G.L.: O principal conceito que conseguimos aplicar foi de uma tecnologia de segurança pessoal que se conecta através de um hardware e um aplicativo no celular inserido em acessórios de moda como colares, pulseiras e bolsas. A ideia é que esses acessórios possuam a tecnologia sem perder a linguagem de moda. O produto que desenvolvemos será muito válido para futuros projetos.
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IED SP: Como alunas do IED São Paulo, o que acharam da maratona que rendeu 30h de trabalho?
A.C.: Achei interessante e muito válida. O IED deveria proporcionar mais eventos deste tipo para estimularmos novas possibilidades de conhecimento.
G.L.: A experiência foi fantástica! Permitiu uma grande troca de contatos e uma vivência com pessoas de áreas diferentes trocando ideias para um projeto único.
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Gabriela Lopes (à esquerda), aluna de Fashion Marketing and Communication, levou o 3º lugar na maratona
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